Utilizamos apenas os cookies do Google Analytics para analisar nosso tráfego. Ao clicar em "Aceito",
você concorda em dar seu consentimento para que todos os cookies sejam usados e as informações sejam
compartilhadas com o Google Analytics.
Escoamento de grãos, infraestrutura das estradas do Brasil, multimodalidade e logística de transporte para atender o agronegócio foram temas discutidos no 9º Fórum Caminhos da Safra.
Na última semana, a Scania marcou presença na nona edição do Fórum Caminhos da Safra, realizado pela revista Globo Rural. Em formato digital, o evento reuniu na mesa de debates Luiz Antônio Fayet, consultor de logística; Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil; Claudio Adamuccio, CEO do G10 Transportes; e Paulo Bertolini, presidente da CSEAG - Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos da Abimaq.
Luiz Antônio Fayet abriu o debate com reflexões sobre a relação entre a capacidade de produção agrícola do Brasil e o potencial de exportação do país pelos portos brasileiros - ainda que com tantas melhorias por se fazer nos acessos portuárias e nas estradas por onde transitam os veículos carregados de insumos. “Há 50 anos o Brasil era exportador de comida, hoje é o segundo maior e só não é o primeiro pelas deficiências de estrutura e logística. O sistema portuário de Belém, por exemplo, exportou 13 milhões de toneladas nesta última safra. Mas precisaria ter capacidade de exportar hoje mais 20 milhões de toneladas. Veja aí o tamanho do déficit que temos em capacidade portuária”, pontuou.
Esse déficit também é visível e crescente quando o assunto é armazenagem de grãos. “Não alimentamos só brasileiros, mas quase 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo. A responsabilidade do país na cadeia logística como um todo é dar essa segurança alimentar para quem consome nossos produtos. O déficit tem sido crescente. A capacidade de armazenagem não cresce no mesmo ritmo da produção. Cultivamos somente 9% do nosso território nacional, com potencial de dobrar isso usando pastos degradáveis e sem desmatar. Mas se persistir essa tendência dos últimos 20 anos, o déficit vai se agravar. O produtor está ganhando eficiência, sendo mais produtivo e do outro lado precisamos acompanhar isso e oferecer capacidade mais racional”, afirmou Paulo Bertolini, presidente da CSEAG. De acordo com o executivo, “esse desequilíbrio é causado pela capacidade de investimento em armazenagem, hoje muito concentrada em centros urbanos e pouco dentro de fazendas”.
Do campo às estradas
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão é de uma colheita 15,1% superior ao que foi registrado em 2020/2021. Isso corresponde a 291 milhões de grãos, que precisam ser transportados, escoados ou armazenados. E é o que preocupa os empresários do setor, que precisam estar preparados para atender tamanha demanda vinda do campo.
É nesse contexto que a tão falada multimodalidade do transporte pode contribuir. Ainda que por um lado falte a infraestrutura adequada, que por outro ao menos sejam ofertadas opções de transporte e escoamento desses insumos.
“Apoiamos muito a multimodalidade. Ela é fundamental, vem acontecendo e contribuindo para o mercado de caminhões pesados no Brasil. Junto com o crescimento da safra, temos mais cargas sendo transportadas por rodovia e isso também beneficia a indústria de caminhões pesados porque a velocidade de transporte e a quantidade de corredores cresceram muito. Para abastecer, é necessária muita velocidade de transporte da carga da fazenda e dos terminais para pontos de embarque. Isso significa menos carros rodando, mas mais frequência de abastecimento. Cresce o uso do caminhão e pelo volume de produtividade crescente temos visto uma necessidade de abastecer cada vez mais o mercado de veículos pesados. A combinação de fatores é muito positiva e a gente apoia. Estamos sempre trabalhando em parceria para propiciar um volume suficiente e tornar possível o escoamento de grãos”, afirmou Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil.
Claudio Adamuccio, CEO do G10 Transportes, vivencia na prática as duas realidades: a do escoamento da safra por rodovias e a combinação do transporte multimodal. “Há mais de duas décadas fazemos isso. A multimodalidade vem crescendo e as distâncias encurtando. Vejo com bons olhos e não penso haver riscos para nenhum modal específico. Já esse aumento de safra me preocupa por dois fatores: a antecipação da safra para a segunda quinzena de janeiro, que vai juntar com a nova colheita, e as indústrias de etanol de milho, que vem absorvendo grande parte de milho para ser transformado. São milhões de tonaleadas de milho processadas no Mato Grosso que ano passado não tínhamos”, comentou Adamuccio.
O potencial do Brasil
Munhoz reforçou o discurso, lembrando que nessas produções se concentra também outro grande potencial do Brasil: a produção do biogás ou biometano. “A capacidade de produção do biogás e do biometano vindos da agropecuária é brutal. Se somos os maiores produtores de soja, milho e carne suína, tudo isso gera biomassa, que pode gerar biogás e biometano e abastecer a frota que circula pelo interior do Brasil transportando riquezas e sendo abastecido com uma outra riqueza que estamos jogando fora hoje no país. Esse movimento vai levar a uma disseminação maior do caminhão a gás para usar o biometano, uma riqueza comum no Brasil com redução de custo e uma contribuição ambiental fantástica. Temos caminhões a gás vendidos rodando na rota São Paulo x Rio de Janeiro x Curitiba, com frequência constante e abastecendo nas pontas. Queremos levar isso para o setor de grãos, onde precisamos de veículos com maior potência, e temos feito investimentos nesse sentido”, destacou.
Confira mais detalhes do Fórum acessando o encontro na íntegra:
Ao preencher o formulário, autorizo a utilização dos meus dados para envio de comunicações
relacionadas aos meus
interesses e concordo com a Declaração de
Privacidade.
* Você pode revogar seu cadastro a qualquer momento.