Analisar o cenário do segmento de ônibus em
2020 é falar de desafios. O setor de transporte de
passageiros foi, sem dúvidas, o mais afetado entre
os mercados de atuação da Scania neste ano.
Segundo Fábio D´Angelo, Gerente de Vendas de
Ônibus da Scania no Brasil, a pandemia ocasionou,
no mês de abril, 90% de queda na operação dos
clientes da marca, o que exigiu cuidados e muita
dedicação. “Mesmo no segmento urbano, onde
a redução ficou por volta de 60% a 70% no pior
momento, o equilíbrio econômico das operações
com a redução da demanda de passageiros
foi o maior desafio. Diante deste cenário,
concentramos nossos esforços em estar junto
dos nossos clientes, mesmo que virtualmente,
para apoiá-los naquilo que fosse possível naquele
momento, bem como para nos prepararmos para
o momento da retomada da demanda, até então
uma grande incógnita”, pontua.
Esse acompanhamento foi feito de diferentes
formas, inclusive com o uso da conectividade
presente nos veículos. São os dados dessa
tecnologia da Scania que trazem, agora, um olhar
mais positivo para o segmento. “Por meio do
acompanhamento da frota conectada, podemos constatar que estamos em uma trajetória positiva
de retomada das operações em todo o Brasil.
No mês de agosto, por exemplo, a média de
quilometragem percorrida já atingiu 54% quando
comparada com o mês de janeiro deste ano,
período que tradicionalmente reflete o pico do
ano. Então, podemos dizer que o segmento de
transporte de passageiros está no caminho da
recuperação”, analisa Fábio.
Outro indicativo de restabelecimento das
atividades e da economia do setor de ônibus é
o crescente número de negociações de novos
veículos. “Os primeiros lotes já estão sendo
confirmados e as entregas acontecerão no
segundo semestre deste ano”, destaca. De
acordo com Fabio, em 2019 o mercado rodoviário
absorveu em torno de quatro mil chassis. Para
2020, mesmo com o grande impacto sofrido pelo
setor, ainda há a previsão de que cerca de duas
mil unidades sejam emplacadas.
Para o período também é esperada uma grande
novidade: o início das vendas do ônibus Scania
a gás. “Apesar das dificuldades e incertezas
com o futuro próximo, jamais deixamos de lado nosso compromisso com a sustentabilidade e
seguimos trabalhando para o início das vendas
do modelo a gás no Brasil ainda no segundo
semestre. Estamos vivenciando a mudança
no transporte de passageiros, visando um
ecossistema de mobilidade com emissão zero,
baseado em veículos elétricos. Será o futuro,
certamente. Mas, assim como nos principais
mercados europeus, a transição até o sistema
considerado ideal passará por tecnologias
alternativas como é o caso do gás natural e do
biometano”, explica.
Por agora, a Scania segue firme no processo
de homologação do ônibus movido a GNV e/ou
biometano para aplicação rodoviária no país. A
homologação depende de três fases: do chassi,
da carroceria e do sistema de abastecimento do
gás. A etapa do chassi já foi finalizada, inclusive
para o modelo a gás de aplicação urbana,
que irá oferecer três modelos: K 280 4x2 (de
12,5 a 13,20 metros e capacidade de 86 a 100
passageiros), K 280 6x2 (15 metros, terceiro
eixo direcional e capacidade para até 130
passageiros) e o articulado K 320 6x2/2, de 18,6
metros e capacidade para 160 ocupantes.