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[ Soluções de Transporte ] -- 28/05/2025
[
Texto: 528 Comunicação Com Propósito / Fotos: Scania ]
Agro em observação, mas com fôlego
Para encerrar a última semana do mês que foi marcado pela Agrishow — o maior evento do agronegócio da América Latina —, trazemos uma entrevista exclusiva com o gerente de vendas de soluções off-road da Scania. Nesta conversa, ele compartilha as perspectivas da marca para os segmentos fora de estrada, destaca tendências de mercado e revela o que a Scania espera para este setor no segundo semestre
O cenário atual do agronegócio brasileiro aponta um otimismo cauteloso. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o IBGE, a safra 2024/2025 deve crescer
entre 8% e 10% em comparação com a anterior, impulsionada principalmente pela expansão da área plantada e pelo
aumento da produtividade de culturas como milho, soja e algodão. A estimativa é de que a colheita de grãos
atinja um volume recorde de mais de 320 milhões de toneladas. Ainda segundo a Conab, esse crescimento reflete a
retomada da confiança do setor produtivo, apesar dos desafios climáticos enfrentados em algumas regiões e do
cenário econômico desafiador.
A expectativa é de que esse desempenho fortaleça a demanda por soluções de transporte mais eficientes e
sustentáveis no campo. Conversamos com Luciano Piccirillo, gerente de Vendas de Soluções Off-Road da Scania Operações
Comerciais Brasil, para entender mais sobre essa perspectiva, saber o que podemos esperar para os próximos meses
e como a Scania está vendo este movimento do mercado, especialmente após a realização da maior feira do
agronegócio – a Agrishow. A edição
deste ano, marcada por um clima de cautela, mas sem pessimismo, revelou boas intenções de compra e confirmou o
agro como uma das grandes forças da economia brasileira — mesmo diante de um cenário com altas taxas de juros e
oscilações climáticas.
Mas o que será que ainda vem pela frente? Nesta entrevista, o executivo compartilha suas impressões sobre o
mercado, o comportamento dos clientes e as apostas da marca para o segmento.
Como foi a movimentação da Agrishow
deste ano em relação aos negócios?
Embora a expectativa inicial fosse de um resultado 10% inferior ao da edição passada, o que vimos foi um
desempenho muito próximo ao de 2024. Foram apenas cinco caminhões a menos vendidos durante a feira. Isso mostra
que, mesmo em um cenário mais cauteloso, há muita intenção de compra e negócios mapeados. A Agrishow foi, mais uma vez, um bom
ponto de partida para o ano.
O segmento de cana-de-açúcar tem enfrentado desafios climáticos. Como isso impacta os negócios?
A seca afetou sim a produção e há uma expectativa de quebra de safra entre 5% e 10%, mas como as chuvas
voltaram, o prejuízo pode ser menor do que se imaginava. O mercado de cana segue estável e sem pessimismo. Vimos
até uma leve mudança na destinação da produção, com mais foco no açúcar, que está valorizado.
Uma das novidades que a Scania apresentou ao mercado esse ano para o segmento do agro foi o caminhão transbordo. O que torna essa
solução diferente?
O conceito de caminhão transbordo não é novo, mas a
nossa solução sim. Tradicionalmente, esses caminhões são montados sobre chassi, com alongamento de eixo, o que
limita a versatilidade. A proposta da Scania transforma o transbordo em um semirreboque. O cavalo mecânico é alongado para operar nessa aplicação
e, caso o cliente queira, pode retirar o kit e usar o caminhão em outra função. Isso dá valor residual,
flexibilidade e mais retorno sobre o investimento. A aceitação foi muito positiva. Já temos 20 clientes listados
para a fase de demonstração, e esperamos que na próxima entressafra o produto esteja 100% maduro para o mercado.
E quanto ao interesse de outros segmentos nesse produto?
Foi surpreendente. Até clientes de grãos se interessaram, o que abre possibilidade de aplicação fora da cana.
Esse caminhão também trabalha na vinhaça. É uma solução que pode atender vários nichos.
Como está o mercado como um todo? O que esperar para o restante do ano?
O primeiro semestre está sendo de observação. A expectativa é de que o segundo semestre traga uma recuperação,
especialmente com uma safra positiva e possível alta no preço da soja. O mercado de pesados retraiu um pouco até
agora, mas não há clima de pessimismo. Os clientes estão mais cautelosos, esperando o momento certo para
investir. Quando as taxas se acomodarem, os negócios devem ganhar ritmo.
Esse cenário mais cauteloso se deve apenas à entressafra ou é reflexo das taxas de juros?
É principalmente por conta das taxas. Se o cliente fecha um contrato esperando uma taxa e ela muda, é preciso
renegociar e acomodar isso em um novo contrato. Isso gera espera. Mas uma vez que o cenário se estabilize, as
compras acontecem — até porque muitos têm renovação de frota planejada.
O comportamento de compra mudou? Finame tem sido mais utilizado que o CDC, por exemplo?
O Finame ganhou mais espaço, sim, mas o CDC ainda é o principal modelo. Não houve uma mudança brusca no padrão
de compra, mas os clientes estão comparando mais e buscando opções que caibam melhor no seu fluxo de caixa.
E entre os segmentos, qual mais precisa renovar a frota neste momento?
Os grandes frotistas mantêm um ciclo anual de renovação. Mesmo com cautela, não vimos ninguém dizendo que vai
deixar de renovar. A questão é mais o timing da compra.
O mercado de madeira também tem ganhado destaque. Como a Scania está se posicionando nesse segmento?
É um setor que não para de crescer no Brasil. Recebemos muitos pedidos por soluções sustentáveis, inclusive para
testes com veículos a gás no off-road florestal. Levamos para a Agrishow o nosso RH 460 6x4, na
versão rodoviária, que pode ser usado no transporte de celulose. Foi muito bem recebido. Desde 2019 atuamos
nesse mercado de soluções sustentáveis e temos confiança de que podemos atender plenamente.
E o segmento de construção? Como está o desempenho da Scania nele?
É um mercado novo para nós. Com o lançamento do Light Construction na Fenatran 2024, estamos começando um
trabalho de base. Começamos a chegar em clientes que nesse segmento não compravam Scania mas agora passamos a
ser opção. Vendemos entre 8 e 10 unidades na Agrishow, voltadas para apoio nas usinas — como pipas, bombeiros e comboios. O produto
nasceu para construção, mas tem versatilidade para o agro também. Como é uma frente nova, estamos otimistas:
para nós, tudo é oportunidade.
O que esperar do segundo semestre, então?
No mercado geral, talvez os semipesados e médios compensem uma eventual queda no segmento de caminhões pesados.
Para os veículos acima de 16 toneladas, devemos repetir os números do ano passado. Acredito que o agro vai se
recuperar e teremos uma safra positiva. Há uma expectativa de que os valores da soja vão subir e isso vai
demandar transporte. Acho que devemos ter números muito parecidos com os do ano passado neste setor. Estamos com
um portfólio mais ajustado e preparados para atender o agro, que continua sendo um segmento estratégico para a
Scania.
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