A viagem está apenas começando

O que significa para você celebrar os 40 anos de história da Cavalinho?

Paulo Ossani: É uma satisfação e um prazer enorme, uma emoção muito grande. Quando olhei para o caminhão, enchi os olhos d’água e me engasguei, porque realmente me remete a um passado mais do que 40 anos. Meu falecido pai era motorista estradeiro, viajei muito com ele dentro da cabine Scania. Neste ano em que completamos 40 anos de história o slogan criado para a nossa celebração é “A viagem está apenas começando”. E é no que acreditamos. Esses 40 anos não significam nem um meio nem o fim, pelo contrário, vamos continuar a nossa jornada.

Como é estar aqui consolidando a parceria da Cavalinho com a Scania com essa surpresa feita pela marca?

Foi uma surpresa muito grande. Sabíamos que seria um caminhão de cor diferente da branca, que a Cavalinho geralmente usa. Escolhemos preto, para fazer alusão aos 40 anos, e é único caminhão da empresa que será desse jeito. Mas, obviamente, receber isso das mãos da Scania tem um peso muito maior. Estou muito grato à Scania, aos colaboradores da Cavalinho que nos trouxeram até aqui e sei que seguiremos em frente.

Qual é a estratégia da Cavalinho hoje e no futuro? Diante de tantos desafios do mercado, como a empresa irá trabalhar nos próximos anos?

Optamos no passado por trabalhar com um segmento um pouco mais exigente e profissional, que é a indústria química, transporte de produtos perigosos, uma indústria que sempre tratou a qualidade e a segurança como temas de extrema importância. Hoje não só a indústria química como as demais indústrias também estão olhando para as questões de segurança, socioambientais, sustentabilidade. Mas no passado foi uma opção da Cavalinho atender o segmento que mais cobrava isso porque era o que vinha ao encontro do nosso próprio DNA, que eram operações seguras, com equipamentos mais atualizados, seja no transporte com carreta, caminhão ou cavalo. E nesse contexto, a Scania é uma grande parceira. Testamos vários produtos e tecnologias. Recebemos logo um caminhão GNV, que está rodando, e acreditamos que esse será o futuro, sempre com a Scania como nossa parceria. Entendemos que o futuro é mais promissor em termos de profissionalização, valorização das pessoas e temos que percorrer esse caminho, sem dúvida nenhuma. O transporte rodoviário de cargas no Brasil é de extrema importância, continuará sendo, e nós acreditamos no negócio e continuaremos não só neste sentido como intensificando essa parceria tão forte como temos com a Scania.

A Cavalinho e a Scania têm valores muito semelhantes, especialmente quando falamos sore sustentabilidade. Quais são as principais ações da Cavalinho nesse sentido?

Temos projetos sustentáveis desde 2010 e em 2016 eles passaram a ser mais robustos. Temos 100% da nossa emissão compensada com uma área de preservação permanente na Amazônia, com 165 milhões de metros quadrados. Medimos e validamos a nossa pegada de carbono e a compensação, isso está sendo auditado pela SGS esse ano para dar ainda mais credibilidade no projeto de sustentabilidade da Cavalinho.

E o motorista? Para a Cavalinho ele também faz parte desse ecossistema com foco na sustentabilidade? Como ele é visto pela Cavalinho e de que forma a empresa tem desenvolvido esse profissional?

Assim como a Scania, nós investimos em pessoas. Sabemos que os veículos estão muito mais evoluídos, mas somos muito dependentes de quem está sentado atrás do volante, um profissional que não se forma em banco escolar, que não tem curso profissionalizante. Entretanto, temos ações. Há 21 anos, montamos nosso próprio centro de treinamento, o Centronor, apoiados pela Scania que, em comodato, deu um veículo para o projeto, depois passamos a ter dois, e é nossa parceira até hoje. Estamos agora com um caminhão atualizado tecnologicamente, igual a este que estou recebendo em homenagem aos nossos 40 anos, para fazer os treinamentos de qualificação e melhoria da performance do motorista. Acreditamos que esse é o caminho e continuaremos nessa direção. É um centro de treinamento fora da Cavalinho onde o motorista fica a semana toda em treinamento. É muito gratificante poder melhorar, transformar, qualificar um ser humano tão importante para o nosso negócio e o negócio da Scania. Mesmo com tudo o que vimos aqui na fábrica nova, nos processos muito auditados e checados, continuamos ainda dependendo uma boa parte do motorista, afinal é ele quem vai se sentar atrás do volante do caminhão e levar a marca Scania, o produto e a carga do cliente e a marca da nossa empresa estampada no caminhão. Dependemos dele para que as coisas aconteçam de forma correta e por isso nossos investimentos nessa área são constantes. Ao memo tempo, agradecemos porque temos um retorno bastante positivo e estamos confiantes de que esse é um caminho inclusive para a sustentabilidade do negócio como um todo.