[ Destaque ]
Feito à mão
[ Texto: Simone Leticia Vieira / Foto: Arquivo Scania, Luciano Vicioni - WM Photo Studio / Ilustração: Agência Make Id ]
Soluções de transporte customizadas de acordo com as necessidades de cada operação, aumento da rentabilidade e atendimento cada vez mais próximo e personalizado. Quando um trabalho é feito sob medida, tantos olhares e a muitas mãos, os resultados só podem ser positivos. Conheça o passo a passo do TMA (Tailor Made for Application).
O
s nascidos antes de 1990 vão se lembrar com facilidade: bastava comprar um tecido, levar na costureira ou no alfaiate e... voilà! As lojas viviam cheias, eram rolos e mais rolos de possibilidades. Da textura à cor, do tipo de pano à estampa. O linho foi um clássico, depois foi a vez do veludo. O momento da escolha do tecido era uma atração à parte. Gastavam-se horas decidindo o que cairia melhor para aquele modelo, muitas vezes pesquisado nas revistas de moldes que as bancas vendiam ou visto na vitrine de uma loja.
Da loja, a experiência continuava dentro do ateliê. Tecido e modelo em mãos, era a hora de tirar as medidas e decidir pelos acabamentos, como botão, zíper, cor da linha, tipo de corte. A opinião do profissional também contava muito. Afinal, ele era mesmo entendido das coisas. Vivia e respirava costura todo o tempo, com certeza saberia desenhar a roupa no tamanho e no caimento adequado às medidas de cada um.
A sensação de sair daquele ateliê, naquele momento, era incrível. A gente se sentia importante, mesmo que a roupa fosse feita só uma vez por ano ou para uma data especial, e voltava para casa numa expectativa daquelas. Ora, aquele profissional faria uma peça – ou mais de uma – com exclusividade, algo que ninguém teria nem igual nem mesmo parecido.
Depois da primeira prova, éramos avisados que a roupa já estava pronta. E que felicidade poder buscar aquele modelo, único e tão esperado! Dava vontade de sair do ateliê já vestido com o novo figurino. E no dia da estreia era melhor ainda: a gente podia falar pra todo mundo que havia mandado fazer aquela roupa, para aquela ocasião, completamente sob a nossa medida.
Essas lembranças podem ser familiares para uns e soar como luxo para outros. Há também quem nunca passou pela experiência, mas conhece alguém que foi ou ainda é adepto das roupas feitas à mão. E dizemos que ainda é porque, embora o número de alfaiates tenha caído drasticamente, a arte de costurar sob medida segue existindo no mercado, em menor número, mas com grandes inovações e atendendo, muitas vezes, pelo nome de renomados estilistas.
Para fazer a diferença
Agora, se a gente parar para pensar nessa arte, que surgiu no final da Idade Média, atravessou séculos e continua em evolução mesmo diante da padronização, do baixo custo e da facilidade de acesso às roupas, digamos, industrializadas, vemos o quanto podemos aprender com a metodologia dos alfaiates.
A busca contínua pela perfeição não os deixava ignorar as particularidades de cada cliente. Cada detalhe da roupa era feito, primeiro, de acordo com as preferências do cliente, pois era ele que tinha em mente quando e para que precisava daquele modelo, e, depois, com o olhar dele mesmo como profissional e especialista no ofício de fazer roupas sob medida.
Esse trabalho hoje permeia outros mercados, completamente distintos da moda. Mercados em que os ateliês são fábricas, os alfaiates são equipes especializadas em engenharia, vendas, marketing, tecnologia e transporte, e os tecidos circulam pelas estradas e fora delas, sob algumas rodas e eixos, em forma de verdadeiras máquinas dos sonhos.
Sim, é possível fazer à mão, ou a muitas delas, um caminhão, chassi, motor ou qualquer outro produto ou serviço Scania. Por meio do TMA (Tailor Made for Application), a Scania tem colocado suas equipes em ação para executar o seu próprio conceito de personalização. Recorrer a uma arte secular mudou a forma de atender e entender o cliente, já que agora ele recebe as soluções de transporte adequadas para as suas necessidades, de acordo com a sua operação e realidade. E isso não se aplica somente aos veículos, mas também aos serviços e soluções da marca.
E como começa?
Para que você entenda melhor como isso acontece dentro e fora de casa, vamos iniciar pela escolha do caminhão. É na concessionária que tudo começa, seja porque o cliente foi até lá com uma demanda para a sua operação, seja porque o consultor técnico identificou uma oportunidade para o negócio do cliente.
Para executar esse trabalho, o consultor passou a contar com o Digital Dealer, a nova ferramenta da Scania que agora concentra todas as informações para o consultor ter acesso a dados precisos sobre o caminhão e o serviço mais adequado para a operação do cliente. E pode parecer contraditório, mas a plataforma, mesmo sendo digital e dotada de tecnologia de ponta e inteligência artificial, ajuda a criar uma relação cada vez mais próxima com o cliente.
Odirlei Ferreira é Consultor de Negócios da Casa Scania Codema Jundiaí e sabe bem o que isso representa no dia a dia. “Depois de entender esse novo modelo de gestão da Scania, eu desenvolvi uma metodologia para, primeiro, explicar para o cliente como tudo isso funciona. Foi uma estratégia que eu adotei e com ela vou criando oportunidades com informações reais. O Digital Dealer facilitou o nosso trabalho, pois consigo mostrar soluções que de fato vão agregar resultado no negócio do cliente e, ao mesmo, tempo ajudou a fortalecer nossa relação com eles. Com o uso da ferramenta, conseguimos mostrar dados e resultados de um veículo que já esteja na operação do cliente, por exemplo, e isso vai gerando confiança para que ele exponha para nós suas dificuldades e necessidades. E assim tenho cada vez mais a oportunidade de ajudá-lo, pois encontro em nosso portfólio a melhor solução para suprir exatamente aquilo que ele precisa”, explica Odirlei, que trabalha há sete anos na Codema e atualmente é responsável pelas vendas do setor rodoviário da concessionária.
Tirando as medidas
Mas, para que o veículo esteja com as configurações adequadas e os serviços na medida para determinada operação, é preciso ir além e conhecer de perto as particularidades de cada cliente. Excelência no atendimento, olhares atentos e uma dose caprichada de experiência no setor de transportes são alguns dos pré-requisitos para ser eficiente na chamada "pesquisa de campo" que, segundo Alair Almeida, responsável pelo TMA (Tailor Made for Application) Off Road da Codema Corporativo, pode demorar de um dia a uma semana. “Tudo depende da realidade e da disponibilidade do cliente. Vamos na operação dele mesmo sem ter o produto, participamos do desenvolvimento do negócio junto com ele e somente a partir daí fazemos a apresentação da customização com produto e solução total, com foco não só na aplicação do caminhão e na manutenção, mas orientando como ele vai utilizar e aproveitar melhor a nossa solução. Além disso, recomendamos como deve ser a sinergia entre os veículos, o ambiente em que o caminhão vai rodar e os equipamentos ou implementos, mesmo que não sejam Scania. Mas se vão atuar junto com os nossos veículos, nós também orientamos como deve ser feito o trabalho”, conta.
Nessa etapa, todo detalhe é importante, dos implementos, estrutura física, distância percorrida, qualidade da aplicação, perfil e densidade do material a ser transportado e topografia ao nível de poeira a que os veículos estarão expostos. Isso vale para todo tipo de operação: rodoviária, longa distância ou fora de estrada.
Depois de todas as informações coletadas, de vivenciar as preferências e singularidades do cliente, é chegada a hora de colocar o veículo em produção. Na Scania o processo de produção é feito com muita tecnologia, com robôs de última geração e equipamentos de ponta, como você já leu nas edições anteriores da Revista Jornada. Afinal, trata-se da produção da máquina dos sonhos!
Mãos à obra
Então, vamos à fábrica. É lá dentro que tudo acontece. Mas o que mudou no processo de produção se a forma de desenhar o caminhão para o cliente agora é personalizada? “Os sistemas de produção não mudaram. Temos os sistemas industriais e a maneira como a ordem é alocada dentro da programação de produção da fábrica. O que mudou mesmo foi como essa ordem nasceu. O vendedor não consegue fazer uma oferta se ele não usar a ferramenta Digital Dealer. Para colocar uma ordem dentro do sistema industrial, ele é obrigado a preencher os dados de operação do cliente, qual a aplicação dele, que rota ele faz, que topografia ele tem, em que nível de poeira ele vai operar, que tipo de implemento ele vai levar, se ele vai operar em quilometragem grande ou pequena, se vai envolver mais de uma operação, entre outros detalhes. Tudo isso para que a inteligência por trás do sistema proponha aquela especificação. E se o consultor eventualmente precisar customizar ainda mais, ele tem a possibilidade de fazer. Só depois disso feito, essa ordem é gerada e colocada dentro do processo industrial da Scania”, explica Paulo Genezini, Gerente de Pré-Vendas da Scania no Brasil.
É dia de entrega!
Finalmente a sensação mais esperada: poder exibir a nova máquina dos somnhos aos quatro cantos do Brasil, feita para você e totalmente na sua medida. “Em média, entregamos um veículo com 90 dias e com o TMA temos conseguido otimizar esse tempo e antecipar esse prazo porque já temos todas as especificações em função do estudo mais aprofundado que fazemos antes, junto com o cliente”, relata Alair.
É claro que tudo depende do contexto, da montagem, da aplicação e do modelo do veículo. Mas o melhor de tudo é pensar no que vem pouco tempo depois da estreia: a rentabilidade e números que chegam aos 12% de economia de combustível.
“Muita gente fala que vende solução customizada, que entende a operação do cliente, mas isso acaba ficando só no discurso. A Scania, depois do lançamento da Nova Geração, está fazendo isso na prática. E os resultados de economia de combustível e, consequentemente, de redução de emissão de CO2 estão aí para comprovar isso”, enfatiza Paulo.
E se você ficou curioso para saber mais detalhes desse processo de produção, vale lembrar que o bom alfaiate não costuma, como diz o ditado popular, “entregar o ouro” nem compartilhar suas estratégias de molde.