Segmento de ônibus é tema de debate no Perspectivas 2019 da Scania

Desafios para o segmento de ônibus é tema de debate entre empresários e executivos no Perspectivas 2019 da Scania
Especialistas dos transportes coletivos e rodoviários falam sobre a realidade do setor no Brasil
por Mário Sérgio Venditti
A roda de diálogos que envolveu os clientes do segmento de ônibus no evento Perspectivas 2019, promovido pela Scania, contou com as presenças de Maurício Gulin, presidente da Viação Cidade Sorriso e do Sindicato das Empresas de Ônibus e Região Metropolitana (Setransp), de Curitiba, com atuação no transporte coletivo da capital paranaense, e Fernando Guimarães, diretor executivo do Grupo JCA, do Rio de Janeiro, com foco no transporte rodoviário de passageiros.
Maurício Gulin iniciou a conversa com uma novidade: a Cidade Sorriso acaba de adquirir seis ônibus biarticulados da Scania, como parte do programa de renovação de 157 veículos da frota. Foi a primeira venda de biarticulados da Scania no Brasil. "Os resultados alcançados pela nossa empresa justificam os quase 30 anos de parceria com a Scania", afirma Gulin. O empresário anunciou em primeira mão que o próximo passo da Cidade Sorriso é iniciar demonstrações com o ônibus Scania movido a gás natural veicular. "Vamos analisar todos os benefícios, mas na próxima renovação certamente teremos esse tipo de veículo", acredita.
Fernando Guimarães disse que o Grupo JCA, que agrega Viação Catarinense, Viação Cometa e Auto Viação 1001 entre outras, tem frota de 2.200 ônibus, sendo 1.700 rodoviários. Ele lembra que a parceria com a Scania já dura quatro décadas. "No ano passado, adquirimos 200 ônibus da Scania. Para nós, a segurança é prioridade absoluta, afinal, estamos lidando com a vida das pessoas", afirma.
Guimarães explica que a implantação de uma loja de peças da concessionária Codema (SP) dentro da empresa, em Guarulhos (SP), trouxe mais agilidade na operação da JCA. "A estrutura fixa é mais barata e reduz os intervalos de paradas para os reparos", afirma. Mas ele destaca que um dos maiores desafios do setor é a renovação de motoristas, oferecendo as melhores condições de trabalho. "Com o mercado cada vez mais competitivo, devemos levar em conta detalhes como o tempo de descanso do motorista, a remuneração variável e alojamentos confortáveis. Tudo para que eles tenham motivação e desenvolvam suas carreiras dentro da empresa", afirma.
Guimarães diz que as novas tecnologias dos ônibus vão trazer resolução de muitos problemas. "A tecnologia será fundamental não só para os novos profissionais que estão chegando, mas também dará suporte aos que já estão no setor. Hoje, operar um veículo com a caixa automatizada Scania Opticruise parece brincadeira de criança em comparação aos modelos antigos. Trazem mais conforto, segurança e qualidade de vida aos motoristas durante a viagem", avalia. "Os ônibus têm mais potência, menor consumo de combustível, a velocidade média aumentou e há mais controle da velocidade de cruzeiro, tudo graças ao avanço da tecnologia."
Maurício Gulin realça também os problemas urbanos enfrentados por Curitiba, que há cinco anos não investe em infraestrutura, prejudicando as operações do transporte coletivo. "Fala-se muito em tarifa da passagem e concessão, mas o essencial é discutir a gestão da cidade. O modelo de transporte urbano de Curitiba foi copiado por Bogotá, na Colômbia, mas se a cidade não tem atualmente ruas em boas condições para o tráfego de ônibus, não adianta cobrar o operador", diz.
Reformar as canaletas para aumentar a fluidez do trânsito, instalar faixas exclusivas dos ônibus e reformular as estações tubo (do sistema BRT) são providências que Gulin considera como prioridades em Curitiba.
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