Retomada verde: o que o setor de transportes tem a ver com isso?
Muitas empresas praticam a sustentabilidade no discurso. Com a pandemia, a prática desse conceito dentro da chamada “recuperação verde” se tornou quase que mandatória. Saiba como isso aconteceu no segmento de transportes e veja por que a Scania lidera essa jornada de transformação do setor mesmo antes da chegada da crise no Brasil.
[ Texto: Simone Leticia Vieira / Fotos: Arquivo Scania ]
Digitalização, trabalho remoto, eventos, reuniões e até vendas virtuais. O tempo de deslocamento no trânsito foi reduzido. Com menos carros nas ruas, a poluição também diminui. Revistas, jornais e documentos já não são mais de papel e as florestas agradecem. Com esses exemplos, a sustentabilidade se torna quase que palpável. Essa é também a nova realidade que a pandemia trouxe. O momento que o mundo viveu e tem vivido acelerou e antecipou as transformações que veríamos em um futuro breve. Junto com essas mudanças, as empresas têm lançado um novo olhar para fazer com que a sua reintegração ao mercado, depois de meses em crise, seja mais leve, mais limpa e mais verde. E, principalmente, mais rentável, agora e no futuro.
Mas o que o setor de transportes, especialmente o de cargas pesadas, tem a ver com a chamada “retomada verde”? De que forma o segmento que corresponde a 14% de todas as emissões de poluentes em todo o globo pode atuar para reverter esse quadro e contribuir com esse movimento do mercado? A Scania tem buscado essas respostas desde que lançou sua Nova Geração de caminhões, em 2016 na Europa e 2018 na América Latina. E mais do que isso, tem encontrado muitas soluções para si mesmo, seus clientes e parceiros e também para o planeta.
“A pandemia da Covid-19 acelerou a busca por sustentabilidade em diversos ramos da economia em todo o mundo, inclusive no Brasil. Esse cenário também impactou o setor de transporte, pois o modal rodoviário responde por grande parte da cadeia de valor das empresas que estão na dianteira da chamada recuperação verde, e nós da Scania saímos na frente ao oferecer soluções de transporte sustentáveis que apoiam estas organizações a cumprir os compromissos com a redução de emissões de gases poluentes”, afirma Roberto Barral, vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil.
A lógica é simples: se o caminhão é econômico, é consequentemente menos poluente por consumir menos combustível e mais rentável a curto, médio e longo prazo, o que faz com que a Scania seja parte ativa da solução para o problema do segmento em que atua. “A Nova Geração de caminhões chegou com a promessa de 12% de economia de combustível. Com o novo Actcruise, elevamos este índice para 15%. Essa redução de consumo de combustível tem como consequência a redução de emissões de CO2 ainda que nos motores a diesel. Também contribuímos por meio do sistema de gestão de frotas, que pode aperfeiçoar o monitoramento dos dados operacionais; com os programas de manutenção, que otimizam os gastos e evitam manutenções desnecessárias; com os Serviços Conectados e o Driver Services, que monitoram a operação do caminhão; e com os combustíveis alternativos, sendo o caminhão movido a gás natural e/ou biometano o mais apropriado neste momento para a realidade brasileira”, explica Silvio Munhoz, Diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil.
Munhoz ainda completa: ”Mesmo com a pandemia e toda a crise econômica do setor, atingimos a marca de 50 caminhões a gás vendidos no país, o que mostra que a retomada verde é uma realidade no Brasil mesmo em um cenário delicado. Os transportadores têm visto a necessidade de transformar o transporte no mundo e, com isso, têm investindo na solução a gás da Scania.”
Além dos 50 veículos a gás, são mais de 5.500 caminhões entregues e emplacados pela marca, que seguem apresentando uma redução de 15% de consumo de combustível. Na ponta do lápis, isso corresponde a 45 mil litros a menos de diesel consumido, 155 milhões de reais economizados, 120 mil toneladas de CO2 que não foram emitidas e 721 mil árvores plantadas. “Dá para ter uma ideia do impacto positivo. É uma dupla contribuição de sustentabilidade: econômica e ambiental”, comenta Munhoz.
Parceiros de jornada
Mas a Scania não trilha esse caminho sozinha. Na mesma sinergia e com foco em uma operação ainda mais verde estão os parceiros de jornada da marca. Grandes embarcadores e transportadores de grande, médio e pequeno porte seguem de olho nessa tendência e investindo em soluções sustentáveis e rentáveis para seus negócios. L’Oréal, RN Express e TransMaroni são alguns deles. “Investimos em sustentabilidade desde sempre. Em 2012, quando as empresas estavam receosas de embarcar no Euro 5 por conta do Arla, nós já estávamos com esses veículos e apostando nessa tecnologia. Sempre tivemos essa preocupação de ter uma frota menos poluente. Sair na frente com o gás, como saímos lá atrás no Euro 5, só mostra o quanto vamos contribuir com a economia, o planeta e a sociedade. Ajudamos a desenvolver o produto e um mundo melhor, mais sustentável”, pontua Gustavo Maroni, Diretor Operacional na TransMaroni Transportes.
É este também o pensamento do empresário e proprietário da RN Express, Rodrigo Navarro. É dele o primeiro caminhão movido a gás natural veicular (GNV) do Brasil, além de outros seis veículos do mesmo modelo. Todas as carretas farão o transporte de produtos da L’Oréal, Nestlé e Nespresso e duas delas já estão em operação. “A RN tem como pilar a sustentabilidade e nossos clientes embarcadores que estão conosco também vêm nos motivando a fazer esse investimento”, comenta Navarro.
Um dos caminhões da RN, inclusive, segue rodando com o biometano como combustível para transportar produtos para a L’Oréal no trecho Rio de Janeiro-São Paulo, rota que, segundo Renan Loureiro, Gerente Nacional de Transportes na L’Oréal, representa 30% das operações da empresa. “Começamos em junho/julho a rodar na nossa operação numa rota que é a mais importante: Rio-São Paulo. Existia a preocupação de como o caminhão ia performar, como íamos conseguir abastecer. Mas temos conseguido disponibilidade do biometano no Rio e dentro desse eixo e também estado muito próximos desses parceiros transportadores para saber quais dificuldades temos para encontrarmos juntos as soluções. É um trabalho de longo prazo que vem sendo construído e estamos felizes que temos conseguindo colher os resultados em performance e sustentabilidade para todas as partes”, destaca Loureiro.
De mãos dadas
Ainda de acordo com o executivo da L’Oréal a empresa tem desenvolvido alguns projetos para viabilizar, cada vez mais, esse combustível alternativo e sustentável para ajudar os seus transportadores. “Temos estudos de projetos em andamento tanto nos nossos sites como nos sites dos nossos transportadores. Nossa principal dificuldade é para o biometano. Trata-se de uma tecnologia que não está tão difundida nem encanada na rede de distribuição. No Rio de Janeiro, o acesso é maior, mas em outros estados estamos trabalhando ainda com produtores e em como conectá-los com a rede de distribuição”, afirma.
Esse suporte dos embarcadores incentiva toda a cadeia logística de transporte, estimula o crescimento e os investimentos dos transportadores e, com isso, contribui ainda mais para a tão falada retomada verde. “Estamos em conversa com outros grandes embarcadores que, por questões de confidencialidade, não posso citar. É um ano desafiador, mas acredito que todos estão aguardando para ver o que vai acontecer. Temos projetos para talvez até passar dos 15 caminhões a gás ainda neste ano de 2020”, revela o proprietário da RN Express.
“A nossa jornada começou com embarcadores pela demanda de sustentabilidade, mas que também têm esse pilar como propósito. Mais e mais empresas estão entrando nessa jornada, RN e Maroni são exemplos. E essa é a retomada verde”, conclui Barral.
Que seja só o início – da retomada e da transformação para um novo sistema de transportes, cada vez mais sustentável. Afinal, sustentabilidade não tem volta.