[ Sustentabilidade ]

Do transporte à mesa

[ Texto: Simone Leticia Vieira / Fotos: Wagner Menezes ]

Lado a lado com a Scania, Citrosuco e Morada Logística colocam em prática a sustentabilidade no transporte com o novo R 410 movido a gás natural veicular. O caminhão é responsável por levar suco de laranja para a exportação destinada a mais de 100 países.

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arçom, por favor, você tem suco natural de quê? Quem nunca ouviu ou lançou essa pergunta ao fazer seu pedido na mesa de um restaurante ou lanchonete? E, sejamos francos, a primeira resposta que veio à sua mente foi laranja. A pergunta, tão corriqueira, e a resposta, que fica na ponta da língua, têm uma razão de existir. O Brasil é o maior produtor mundial da fruta, originária da China e trazida para as terras tupiniquins pelas mãos dos portugueses.

Mas não vamos só falar de origens por aqui. Vamos dar um passo atrás para contar outra história, desta vez antes da chegada ao restaurante e da pergunta ao garçom. Como é que a laranja foi parar ali, naquele estabelecimento, em forma de suco e pronta para ser a primeira opção do garçom e do cliente à mesa? E mais: como é que o suco de laranja brasileiro faz sucesso em solo estrangeiro? Para que isso seja possível, uma extensa logística de transporte precisa acontecer.

A Citrosuco sabe bem o que isso quer dizer. Do cultivo agrícola até a entrega de produtos, a empresa é uma das maiores do mundo a atuar em toda a cadeia produtiva do suco de laranja, atendendo a clientes em mais de 100 países. No total, são 47 unidades, sendo quatro fábricas, 29 fazendas, três operações de armazenamento, cinco terminais marítimos e seis escritórios comerciais. Conta ainda com cinco navios e 90 tanques que transportam suco das plantas para Santos. É... com uma operação desse tamanho, a missão de fazer o transporte é mesmo para os grandes. Melhor ainda se a logística for guiada tendo a sustentabilidade como base de todo o trabalho.

“A Citrosuco tem por premissa a gestão socioambiental em sua cadeia produtiva. Neste contexto, investimos em pesquisa e desenvolvimento e trabalhamos com nossos parceiros para reduzir os impactos ambientais e sociais em nossas operações. Aumentar a eficiência e segurança na logística, reduzindo acidentes e emissão de gases de efeito estufa, contribuem para que consumidores, no mundo todo, possam ter cada vez mais acesso a produtos de qualidade e provenientes de uma cadeia de valor responsável. Na Citrosuco, inovação e sustentabilidade fazem parte da forma como provemos alimentos originados de frutas para uma vida com energia e mais saudável”, comenta Boris Alessandro Wiazowski, Gerente de Sustentabilidade da Citrosuco.

Estamos orgulhosos de participar de uma ação que pode mudar a história do modelo de transporte do País."

André Leopoldo e Silva, Diretor-Geral da Morada Logística.

O gás do Brasil

Muita gente não sabe, mas boa parte do suco de laranja que chega à mesa dos estrangeiros é fabricado no Brasil e transportado por um caminhão Scania movido a GNV (gás natural veicular). Essa parceria começou em 2018, quando a Scania anunciou, junto com a Citrosuco, a primeira demonstração no País com um caminhão movido a GNV ou biometano. Um ano se passou e é chegada a hora de contabilizar os resultados – e o sucesso – dessa parceria.

Com 15% de redução do custo por km rodado em comparação a um modelo diesel, o veículo comprovou a sua viabilidade e relevância quando se pensa em um transporte mais sustentável.

“Nossa solução é comprovadamente mais sustentável do que o diesel. O custo é viável economicamente considerando a realidade atual de preços do combustível e dos altos impostos”, destaca Silvio Munhoz, Diretor Comercial da Scania no Brasil.

O R 410 da Nova Geração, que teve gestão da Morada Logística, prestadora de serviços da Citrosuco, rodou apenas com gás natural e já atingiu a marca de 110 mil km até agora, em uma rota que vai da cidade de Matão, onde está a sede da Citrosuco, até o Porto de Santos, em São Paulo, para levar o suco que será exportado.

Segundo André Leopoldo e Silva, Diretor- Geral da Morada Logística, a parceria está sendo de muito sucesso. “Estamos orgulhosos de participar de uma ação que pode mudar a história do modelo de transporte do País. A Morada Logística tem a sustentabilidade em seu DNA. Esse foi um dos diferenciais da vitória neste contrato com a Citrosuco, pois eles foram enfáticos em afirmar que buscam alternativas de combustíveis”, pontua.

A aprovação também veio de quem está na dianteira dessa logística de transporte: o motorista. “Eles gostam muito do conforto, da dirigibilidade, do silêncio e da diferença muito pequena de rendimento comparado ao diesel”, afirma André Leopoldo.

No presente e no futuro

A iniciativa faz parte do compromisso da Scania em apoiar seus clientes com soluções que contribuam para um setor de transporte mais sustentável em termos econômicos, ambientais e sociais. “Não é conversão. Ele tem garantia de fábrica e tecnologia confiável. Na demonstração com a Citrosuco o R 410 vem tendo um desempenho consistente e força semelhante ao caminhão a diesel. Além de ser 20% mais silencioso”, completa Munhoz.

Mas saiba que não se trata apenas de um teste. O modelo de 410 cavalos está sendo lançado no Brasil e segue monitorado pelos Serviços Conectados Scania nesta operação da Citrosuco e da Morada Logística. Por meio de um módulo instalado no caminhão, todas as informações das viagens, incluindo a performance dos motoristas ao volante, podem ser acompanhadas para garantir mais disponibilidade e eficiência na entrega do suco de laranja no Porto de Santos.

Quem sabe, em breve, não seja a vez dos brasileiros comemorarem mais do que a redução das emissões de CO₂ por aqui. “O GNV para automóveis é usado em larga escala. Contudo, para os veículos comerciais ainda precisamos de mais estrutura de abastecimento e de um preço mais competitivo do gás. Mas, com os resultados da demonstração já temos interesse de compra. Do ponto de vista operacional está aprovado. O consumo foi próximo do que havíamos pensado. Estamos animados para incluir na renovação da frota da Citrosuco para 2020”, revela André Leopoldo.