[ Motores ]
Quem me
Navega
É o mar
[ Texto: Simone Leticia Vieira / Foto: Wagner Menezes ]
Nada de embarcação atracada. Para a Giramar Apoio Marítimo, barco de 'sangue bom' é aquele que navega pelas águas do Brasil.
P
aulinho da Viola que nos perdoe e nos dê sua licença
poética, mas vamos mudar alguns trechos da letra da sua famosa canção
“Timoneiro” para fazer jus à história de José
Ramos Carvalho, proprietário da Giramar
Apoio Marítimo.
É que, mesmo que tenha
se deixado navegar pelo mar, Ramos, como
é corriqueiramente chamado, é timoneiro e
foi sua paixão por embarcações e pela pesca
esportiva que fez com que ele transformasse
um hobby em uma empresa do segmento
marítimo.
Assim nascia a Giramar, em 1999, em São Francisco do Sul, Santa Catarina. Era uma manhã ensolarada de sexta-feira quando ele recebeu a equipe da Revista Jornada e contou sua história: “Sou nascido e criado aqui, nesse local. Até os meus 16 anos sobrevivia da pesca desse rio. Quando completei 18 fui servir o exército. Depois fui trabalhar na Pernambucanas. De lá fui convidado para ir para uma outra empresa onde fiquei por 25 anos. Quando saí, pensei logo que poderia dar continuidade ao que já fazia com meus amigos, que era levá-los para pescar, só que profissionalizando mais o negócio. Foi o que fiz. E deu certo!”, conta Ramos.
De lá pra cá muita coisa mudou. A empresa, que começou com um barco de madeira, hoje possui quatro rebocadores, um barco de turismo com capacidade para 237 passageiros, e já está construindo mais um que, quando for entregue, será usado para batimetria, atividade que mede a profundidade de determinado ponto no mar.
“Comecei com um barco, que logo aluguei para uma empresa. Comprei outro e em um período de cinco anos cheguei a cinco barcos de madeira, que transportavam pessoas para a prática de pesca esportiva em alto mar. Até que um dia essa empresa me chamou e disse: ‘se você quer continuar conosco, prestando serviço, você vai ter que comprar um barco de ferro ou vai ficar fora do mercado’. Foi quando eu me desfiz de quase todo o capital que eu tinha, inclusive dos barcos de madeira, e comecei com as embarcações que temos hoje”, relembra.
Para navegar é preciso parceria
Foi neste momento de crescimento que a parceria com a Scania se fortaleceu. E lá se vão 20 anos navegando juntos. “Eu sempre fui recomendado para outras marcas. Fui acompanhando meus concorrentes, meus amigos, e todos falavam que Scania não dava problema. Aí compramos um Scania e colocamos em um barco, logo em seguida colocamos outro. Hoje temos oito a dez motores Scania, quatro são novos e estamos muito satisfetios. Recomendo muito a Scania”, comenta.
Os motores 400 hp não só estruturaram o negócio da empresa como também contribuíram para que a Giramar se tornasse conhecida a nível nacional. Na lista de mares desbravados estão as águas do Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro. “Onde tem serviço e nos chamam, nós vamos atender”, diz Ramos. Atualmente, as embarcações estão em atividade nas cidades de Santos, litoral de São Paulo, Itajaí e São Francisco do Sul, em Santa Catarina, fazendo transporte de cargas e de passageiros, além de servirem de apoio marítimo e portuário.
[ Em números ]
É a porcentagem registrada de economia de combustível com o uso dos motores Scania 500 hp.
Suba a bordo, comandante!
Você sabia que é preciso escolher um nome para a embarcação no momento de
registrá-la junto à Capitania dos Portos?
Conheça alguns dos nomes que a
Giramar
elegeu:
Mais potência e rentabilidade
“Essa viagem que faz o mar em torno do mar”, como diz a música, tem sido de muitos benefícios para a Giramar. Especialmente quando é acompanhada de bons equipamentos e assistida por um time de primeira. “O Ramos tinha motores Scania veiculares adaptados para embarcação. Começamos a apresentar a ele as vantagens dos motores marítimos, apropriados para esse tipo de operação, e identificamos junto com ele o quanto um motor marinizado perde potência e pode gerar problemas. Desde então ele está com nossas novas soluções e só tem ganhado dinheiro”, explica Oridio da Silva Junior, Consultor de Serviços em Motores da Mevepi responsável por atender a empresa.
Além da troca, Ramos também investe na evolução da potência de suas embarcações com a substituição de alguns motores de 400 para os de 500 hp, que já trazem grandes resultados de economia de combustível. “Foi feito um relatório recente que me surpreendeu. Quando o cliente veio conversar conosco sobre o consumo de combustível com o uso desses novos motores, nós estimamos um gasto de 30 a 40 litros por hora para o motor, para o serviço que ele ia executar. E deu menos de 20! O trabalho que estamos fazendo é forçado, mas os motores ficaram tão bem dimensionados que ele está trabalhando como se estivesse com pouca carga. Estamos muito felizes!”, conta Ramos.
Segundo Otávio Barros, Gerente de Vendas
de Motores Industriais e Marítimos da
Scania no Brasil, a expectativa é que esses
resultados sejam cada vez melhores e mais
constantes.
“Hoje o nosso objetivo é, assim
como acontece com caminhões e ônibus,
entender a necessidade do cliente, desenvolver
o planejamento de negócio junto com ele para
oferecer a solução que melhor atenda aquilo
que ele precisa. E, claro, contribuir para o
aumento da rentabilidade”, pontua.
Que se construa o convés, mas nunca falte a proa
Esses bons números também são o leme de Ramos para o ano que acaba de começar.
“Antes das eleições, estávamos com todas as embarcações paradas. Hoje estamos com todas trabalhando. Se continuar como está, vai faltar embarcação. E eu espero que falte”, afirma Ramos.
E, contrariando mais uma vez o compositor brasileiro que citamos ao longo dessa reportagem, Ramos explica, quando alguém pergunta, que também sabe como se faz para nadar, mesmo que quem navegue seja o mar: “Esse ano minha expectativa é crescer pelo menos 25% até porque do ano passado para cá melhoramos nossos equipamentos e estamos melhor preparados para enfrentar o mercado. E minha intenção é ficar só com Scania. Eu tinha outras perspectivas de motores mas, depois que comprei esses quatro novos, os benefícios me convenceram que Scania é o melhor caminho.”